terça-feira, 30 de novembro de 2010

Juro que não usei entorpecentes.

Colibri.
Que palavra bonitinha!
Se eu fosse um poeta, escreveria um trabalho sobre ela. Sobre a palavra. E talvez sobre o passarinho também.
O problema é que não sei nada acerca do bicho, nem onde vive, nem o que gosta de comer.
Mas, não importa, eu não sou um poeta de qualquer maneira.
Colibri, colibri.
O som começa redondo quando se diz, colibri. Começa redondo, porém, termina estendido, estendido como a letra I.
É quase um salto que finda numa corrida.
"Um salto que finda?" - de onde tirei isso?
Por certo da mesma caixa da qual desenterrei o Colibri. "O" não, "A". A colibri, a palavra.
Colibri é beija-flor. Não a palavra, o bicho.
Engraçado, Colibri, pra mim, soa melhor que beija-flor.
Será que ele canta? E se canta, canta tão bem quanto quem diz: - Colibri!
Beija-flor, beija sempre, e a beijo é uma palavra feia. Flor é uma palavra gorda.
Curioso, Colibri não é mais nada além do que se sabe ser, diferente da beija-flor que pode querer dizer outras coisas!
Mas, Colibri é bonitinha. Beija-flor, não.
Beijo é bom, eventualmente desagradável. Flor é bela, eventualmente espinhosa.
Colibri é estável, delicado de se dizer, delicado de se olhar.
Frágil colibri, a palavra e o passarinho!

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