E agora te digo ADEUS. Mas digo a quem, no fim das contas?
Curioso isso de se despedir de alguém que não existe de fato, ou que não existe de carne e osso. Se bem que, de certa maneira, isso não é verdade. Todos aqueles a quem dedico o aceno de mãos, ganharam sua forma humana, tenho certeza, forma dotada de suor e inseguranças.
Comecei dizendo, ou melhor, escrevendo, que dizia adeus. Engraçado, então eu disse a Deus ou disse a você?
Tanto faz, nem sei que Deus é esse, e também não sei que você é esse. Só sei que você me faz falta, me resta descobrir se fará para sempre.
Imagino que isso tudo esteja embrulhado numa confusão total. Mas, pelo menos pra mim, está clara a objetividade.
As coisas terminam, mas não terminam como na tv, no teatro, no cinema. Na realidade, as coisas terminam aos poucos, mais ou menos como começam. Nada é de repente, só os sustos guardam pra si essa característica.
Não me é possível, assim como acredito que não seja pra ninguém, determinar o local exato onde encontra-se o ponto final de qualquer fase pela qual passamos. Obviamente, não quero faser referências à morte, até porque, não estou certo a respeito dela representar o THE END definitivo.
Ensaiei, refleti, procurei e procurei um jeito de registrar essa minha percepção. Não encontrei. Não sou poeta, nem cronista, nem dramaturgo. Escrevi um romance, mas nem de longe sou romancista, todavia, acabei descobrindo que o momento ideal é aquele que corre.
Quero pôr em texto, o quadro que vislumbro de um estado que me assola. Estou melancólico desde que entendi o que significava não ter mais a companhia de algumas pessoas surreais. Sim, são surreais porque foram sonhadas e pinçadas do seu limbo onírico, pra que dessem as caras no mundo aqui de fora, são híbridos de delírio e asfalto.
Então, me pus a digitar, isto não é uma redação de vestibular, não é matéria pra jornal, portanto, não faz sentido fazer sentido.
Durmi e acordei assombrado por eles, e agora digo adeus a eles. E o que é mais estranho, não estou à vontade quando penso em lhes revisitar. Será que alguém entende um absurdo desse? Vai ver que nem é tão absurdo assim, ora essa... Nos despedimos, logo, a lógica pede que nos afastemos... Será que isso não passa de covardia? Será que conforme o tempo avança, a sensação muda? Acho que sim... Espero que sim... Torço pra que sim...
Devo conhecer outras pessoas, devo estar com elas. Paradoxalmente, eu as quero. Quero pra que no fim, eu fique melancólico de novo por ter que dar a elas o tchau que lhes couber.
"Te digo adeus" até parece erro de gramática.
sexta-feira, 13 de agosto de 2010
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