Hoje é 31 de Maio, faz cinco dias que completei 26 anos de idade. Não estou lá muito satisfeito em constatar que já me encontro mais próximo dos 30 do que dos 20, contudo, afirmar categoricamente que não tenho passado bem, é mentira.
Ontem, Domingo, nasceu Pedro Henrique, meu sobrinho, primeiro sobrinho. Nunca vi criatura mais pequenina. Ao mesmo tempo, também jamais conheci gente tão especial. Ele e aqueles olhinhos cinzentos dele, espertos olhinhos cinzentos, me pareceram famintos de informação. E os pulmões, as pregas vocais e o diafragma, tudo funcionando livremente, sem vícios. Espero que, quando crescidinho, ele queira cantar, de minha parte não faltarão estímulos.
No decorrer deste longo período em que não fiz post algum no Chá de Pilha, várias coisas se sucederam. Além do PH, vieram a mim outras boas novas. Terminei de rascunhar meu romance, Raquel e eu agora estamos em processo de reavaliá-lo. Alguém pode se perguntar a respeito desta de quem acabei de falar, então, me adianto e digo que Raquel não é ninguém, ou seja, ela não existe, ou melhor, só o que sei dela, é de ouvi-la. Simplificando, ela é a voz que lê os meus textos para mim, uma máquina, um robô, um plug in do TextAloud.
Este meu projeto, o livro, chama-se "Encontramos o Gato Verde". Não sei muito o que dizer dele, na verdade, nem vale a pena. Estou num momento muito estranho com relação a ele. Antes estive assombrado por suas personagens, sua trama e seus dramas, agora me sinto vazio, esperando que o tempo não o transforme num desabafo miserável de quem se agarrava a uma tábua de salvação.
Adelaide, Tuca, Nalú e os outros ainda rodam dentro das minhas ideias, mas em lugar de me servirem de escora, sou eu quem os ampara. Posso ver todos tridimensionalmente, porém, tenho certas dúvidas se mais um, que seja, além de mim, assim os verão. Garanto que não me faria sentir confortável se, quem quer que fosse, os dispusesse nalguma roupa do ridículo, do patético. De momento, os guardo protegidos!
Mudando de assunto, em determinada ocasião, escrevi que desistira do teatro. Menti, menti feito um político brasileiro. Desde o segundo mês deste ano, faço parte de uma turma de estudos cênicos que se reune aos Sábados, na Escola Macunaima, para produzir uma peça.
Somos 22 alunos empolgados com a obra de Frank Wedeking, O DESPERTAR DA PRIMAVERA.
Particularmente, assumi a responsabilidade de cumprir com duas personas completamente diferentes. São elas, Hanschen, e a outra que não se batizou, que responde apenas por "O Homem".
Hanschen é um garoto complicado, inseguro, e que por isso banca o cínico. "O Homem", diametralmente oposto, compreende o que se passa consigo próprio, no entanto, vê-se incapacitado de libertar-se de culpas e desesperanças.
Gosto muito dos dois, aliás, gosto de todas as invenções de Wedeking: Wendla, Melchior, Moritz, Martha, Thea, Ernst... Enfim, tudo é tão intenso, tão provocador... Não me incomodaria em ser qualquer um deles nos palcos.
Estreamos nossa versão de O DESPERTAR no dia 17 do 7 de 2010. Há muito ainda em que trabalhar, graças aos céus! Não faço a mínima conjectura relativa à despedida que virá ao fim das seis sessões que apresentaremos, nem imagino como será dizer tchau a aqueles que há alguns meses me acompanham tais quais fantasminhas camaradas.
A peça, entretanto, não é a única atividade artística em curso. Em Junho, pela Escola UnderGround, farei uma performance cantando "Oh Darling" dos Beatles. A banda formada para a execução dessa música, está bastante animada, nos demos muito bem. Os ensaios correm com facilidade pelos trilhos, todos os membros, inclusive a tecladista que tem apenas nove anos, esfalfam-se com o intuito de obter o resultado mais legal possível.
Em resumo, ando bastante ocupado. Agora só me resta deixar de ser diletante.
segunda-feira, 31 de maio de 2010
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